


Sulfato De Vincristina 1Mg/Ml F/A 1Ml Gen Bergamo
É indicado no tratamento da leucemia aguda como agente único. Pode ser utilizado como quimioterapia combinada na doença de Hodgkin, linfomas malignos não Hodgkin (tipos linfocíticos, de células mistas, histiocíticos, não diferenciados, nodulares e difusos), rabdomiossarcoma, neuroblastoma, tumor de Wilms, sarcoma osteogênico, micose fungóide, sarcoma de Ewing, carcinoma de cérvix
Bula do Sulfato De Vincristina 1Mg/Ml F/A 1Ml Gen Bergamo
Posologia e Administração da Vincristina
a vincristina deve ser
administrada unicamente por via endovenosa. A utilização da via intratecal
geralmente é fatal. Deve-se tomar muito cuidado no preparo da dose, pois a
superdose geralmente acarreta efeitos muito graves e até fatais. A droga deve
ser administrada por via EV em intervalos semanais. Vincristina não
deve ser administrada a pacientes em radioterapia, incluindo a hepática.
Quando associada à L-asparginase, a dose de vincristina deverá
ser administrada entre 12 e 24 horas antes da enzima,
com o objetivo de evitar-se uma diminuição da excreção hepática da vincristina,
com conseqüente aumento de sua toxicidade. A diluição deve
ser feita em água bacteriostática para injeção; a solução
resultante poderá ser armazenada em geladeira por 14 dias sem perda significativa
de sua ação. Vincristina também pode ser diluída em água
destilada ou soro fisiológico em
concentrações de 0,01 a 1 mg/ml. A solução de vincristina poderá
ser administrada diretamente na veia ou venóclise da infusão endovenosa em
curso. Vincristina não deverá ser misturada no mesmo
recipiente com qualquer outra medicação antes ou durante sua aplicação. A injeção da
solução deve ser completada dentro de aproximadamente 1 minuto. Cuidado
especial deve-se ter para que a agulha esteja corretamente colocada na veia,
pois o extravasamento de vincristina pode acarretar grande
irritação tecidual. Nesta situação, a injeção local de
hialuronidase e a aplicação de calor local moderado na área do extravasamento,
ajudam a dispersar a droga minimizando o desconforto e a possibilidade de celulite.
O produto deve ser inspecionado visualmente antes da administração, com o
objetivo de detectar-se precipitados ou mudanças de coloração que inviabilizem
a sua administração. As práticas usuais de quimioterapia antineoplásica
envolvem o uso simultâneo de várias drogas. Portanto, para obter-se o efeito
terapêutico desejado sem aumentar os efeitos tóxicos, deve-se selecionar drogas
com diferentes mecanismos de ação e diferentes graus de toxicidade clínica.
Crianças: a dose usual é de 1,5 a 2 mg/m2/semana. Para crianças com 10 kg ou
menos a dose é de 0,05 mg/kg/semana. Adultos: a dose usual é de 0,4 a 1,4
mg/m2/semana. Em pacientes com insuficiência hepática a
dose inicial deve ser de 0,05 a 1mg/m2, as doses seguintes serão ajustadas de
acordo com a tolerância do paciente. - Superdosagem: a superdosagem de vincristina pode
acarretar uma exacerbação, às vezes fatal, das reações mencionadas
anteriormente, uma vez que estas reações tóxicas são dose-relacionadas. Em caso
de superdosagem as seguintes medidas devem ser tomadas: prevenir a síndrome da
secreção inapropriada do hormônio antidiurético,
diminuindo a oferta de líquidos e, nos casos indicados, usando diuréticos que
atuem sobre o túbulo distal ou alça de Henle;
prevenção da convulsão pela
administração de fenobarbital em doses anticonvulsivantes; prevenção do íleo paralítico através
de enemas;
em alguns casos torna-se necessária a descompressão do trato
gastrintestinal; controle cuidadoso do sistema cardiovascular;
realização de hemograma diário para controle e verificação da necessidade de
transfusões; administração de ácido folínico, 50 a 100 mg, por via EV a cada 3
horas por um período de 48 horas, a seguir a cada 6 horas por mais um período
mínimo de 48 horas. O uso do ácido folínico não dispensa as medidas de apoio
mencionadas acima.
Precauções da Vincristina
após a administração de drogas antineoplásicas pode ocorrer uma nefropatia úrica aguda, que pode ocorrer também com o uso de vincristina. Como a vincristina parece não atravessar a barreira hematoencefálica em concentrações adequadas, aconselha-se a utilização de drogas mais específicas no caso de leucemia do Sistema Nervoso Central. Em caso de leucopenia ou infecção concomitante, aconselha-se um minucioso exame clínico antes de se administrar a próxima dose. Em pacientes com distúrbios neurológicos concomitantes, deve-se dar atenção especial à posologia, objetivando minimizar possíveis reações adversas; o mesmo se aplica quando da utilização concomitante de drogas potencialmente neurotóxicas. O uso associado de mitomicina-C com os alcalóides da vincristina podem desencadear reações de broncospasmo e dispnéia aguda, que podem ocorrer dentro de minutos ou várias horas após a administração da droga. Em caso de contato acidental dos olhos com vincristina, pode ocorrer irritação grave e mesmo ulceração de córnea; recomenda-se, portanto, que o olho atingido seja lavado imediatamente com água. - Advertências: a administração de vincristina é feita unicamente por via endovenosa; a administração intratecal é geralmente fatal. O uso durante a gravidez e lactação ainda não foi estabelecido, uma vez que não se dispõe de informações seguras sobre a sua ação sobre a fertilidade e sobre o feto. A sua utilização durante a gravidez fica, portanto, a critério do médico, que se encarregará de avaliar os riscos e benefícios de tal conduta. Interações medicamentosas: a vincristina pode interagir com os seguintes medicamentos: alopurinol, colchicina, probenecida e sulfimpirazona: acarretando um aumento de concentração sérica de ácido úrico. Torna-se necessário, portanto, um ajuste da dose dessas substâncias para se evitar uma possível nefropatia. Asparginase: pode acarretar neurotoxidade. Aconselha-se que, quando da necessidade de associação com vincristina, a asparginase seja administrada após a vincristina. Bleomicina: uso de vincristina associado com a bleomicina facilita a ação da bleomicina, pois interrompe o ciclo celular na fase de mitose. Medicamentos que produzem discrasia sangüínea, depressores da medula óssea e radioterapia: o uso simultâneo com a vincristina pode potencializar a ação depressora sobre a medula óssea. Doxorrubicina: o uso com vincristina e prednisona acarreta maior depressão medular, não sendo aconselhável esta combinação. Medicamentos neurotóxicos e irradiação da medula: pode levar a uma neurotoxicidade auditiva. Vacinas com vírus vivos: como os mecanismos de defesa estão diminuídos, o uso simultâneo de vacinas com vírus vivos pode acarretar uma replicação desses vírus, aumentar os efeitos secundários/adversos da vacina e/ou diminuir a resposta humoral do paciente à vacina. A imunização de pacientes em tratamento com vincristina só deverá ser realizada com a autorização do médico quimioterapeuta responsável e após uma avaliação do quadro hematológico do paciente. O intervalo de tempo entre a interrupção dos medicamentos que produzem imunossupressão e a recuperação da capacidade de resposta à vacina depende do agente utilizado, de sua intensidade e da enfermidade subjacente, entre outros fatores e estima-se em aproximadamente 3 meses a 1 ano. Os pacientes com leucemia em fase de remissão não devem receber vacinas com vírus vivos até pelo menos 3 meses após a última quimioterapia. Além disso, a imunização com vacinas orais de poliovírus devem ser adiadas naquelas pessoas em contato direto com o paciente, especialmente os membros da família.
Reações Adversas da Vincristina
geralmente as reações são reversíveis e
dose-dependentes. A reação adversa mais freqüente é a alopecia e
as mais desagradáveis são os distúrbios neuromusculares. Quando são utilizadas
doses únicas semanais, as reações adversas tipo leucopenia,
dor neurítica, constipação e
dificuldade para caminhar são geralmente de curta duração (i.e., menos do que 7
dias). Quando a dose é reduzida, estas reações diminuem de intensidade ou
desaparecem. Elas parecem aumentar quando o total da droga é administrado em
doses fracionadas. Outras reações como perda de cabelo, parestesia,
descoordenação motora, diminuição das sensações, diminuição dos reflexos
tendinosos profundos e cansaço muscular podem persistir durante todo o período
de tratamento. Em alguns casos os distúrbios neuromusculares desapareceram na
6ª semana após a interrupção da droga, mas, em outros casos, permaneceram por
longos períodos. Normalmente existe uma seqüência para o desenvolvimento das
reações adversas do tipo neuromuscular. Inicialmente são observadas somente
alterações sensoriais e parestesias.
Com a continuidade do tratamento aparecem neuralgias e, posteriormente,
dificuldades motoras. Ainda não foi descoberta nenhuma droga que possa anular
este tipo de reação adversa à vincristina. Convulsões,
freqüentemente associadas com hipotensão, têm sido referidas
por poucos pacientes, assim como ataxia, paralisia do
pé, parestesia e
entorpecimento dos dedos. A constipação pode tomar a
forma de bloqueio do colo
ascendente, e ao exame físico o reto pode
encontrar-se vazio; raios X simples do abdômen demonstram claramente esta
situação que pode ser solucionada pelo uso de laxativos e enemas.
Recomenda-se um regime profilático rotineiro contra a constipação para
todos os pacientes fazendo uso de vincristina. Além da constipação também
pode ocorrer íleo paralítico,
principalmente em pacientes idosos e em crianças. Isto pode simular um quadro
de abdômen agudo cirúrgico
e o seu tratamento é puramente sintomático, além da
interrupção do tratamento com vincristina. Cólicas, diarréia, vômitos e necrose ou
perfuração intestinal também têm sido relatados. Raras ocorrências de uma síndrome associada
à secreção inapropriada do hormônio antidiurético
têm sido observadas em pacientes por tratamento com vincristina,
caracterizada por uma elevação na excreção de sódio urinário na presença
de hiponatremia e
na ausência de enfermidade renal ou supra-renal, hipotensão, desidratação,
azotemia e edema clínico.
Com a restrição hídrica consegue-se uma melhora do quadro, isto é, da hiponatremia e
da perda de sódio. Também tem sido observado um aumento da retenção urinária principalmente
em pacientes idosos e com graus diversos de uropatias obstrutivas, e que pode
ser devido ao uso concomitante de outros medicamentos; poliúria e disúria também
têm sido referidas. A vincristina parece não exercer qualquer
ação lesiva sobre as plaquetas e hemácias.
A trombocitopenia,
quando presente no início do tratamento com vincristina, pode
regredir antes da ocorrência de remissão medular. A função medular não é
afetada por doses usuais de vincristina. Outras reações adversas
relacionadas com a droga são: perda de peso, febre,
manifestações de nervos cranianos, ulceração oral, cefaléia e atrofia do
nervo óptico com cegueira. Todos os graus de toxicidade são
dose-relacionados, à exceção dos neurológicos, que parecem ser cumulativos.
Hematológica: leucopenia, trombocitopenia.
Neurológica: disestesia, parestesia,
perda dos reflexos, fraqueza muscular, dor de cabeça, ptose e diplopia.
Digestivas: constipação severa.
Outros: alopecia, náusea, febre,
cansaço, poliúria,
dor difusa, tromboflebites e necrose de pele no caso de
extravasamento. Carcinogenicidade/Mutagenicidade: tem sido demonstrado que
a vincristina é carcinogênica em animais e pode estar
associada a um maior risco de desenvolvimento de carcinomas secundários em
seres humanos. Pacientes idosos: apesar de ainda não haver estudos específicos
e bem controlados na população geriátrica, existem evidências de que os
pacientes idosos são mais sensíveis aos efeitos neurotóxicos da vincristina.
Fertilidade: em pacientes submetidos à terapia antineoplásica, especialmente
com agentes alquilantes, pode ocorrer uma supressão gonadal, levando à azoospermia ou amenorréia,
geralmente relacionadas com a dose e a duração da terapia, podendo ser irreversíveis
em alguns casos. Devido ao fato deste efeito geralmente vir associado à
utilização combinada de vários agentes antineoplásicos, torna-se muito difícil
a valorização dos efeitos de cada fármaco individualmente.
Podem ocorrer elevações do ácido úrico sérico devido à ação citotóxica da vincristina sobre
a função renal.
Contra-Indicações da Vincristina
não existem contra-indicações absolutas ao uso da vincristina, mas atenção especial deve ser dada para as contra-indicações relativas mencionadas sob o título de Precauções/Advertências.
Indicações da Vincristina
tratamento da leucemia aguda como agente único. Pode ser utilizado como quimioterapia combinada na doença de Hodgkin, linfomas malignos não Hodgkin (tipos linfocíticos, de células mistas, histiocíticos, não diferenciados, nodulares e difusos), rabdomiossarcoma, neuroblastoma, tumor de Wilms, sarcoma osteogênico, micose fungóide, sarcoma de Ewing, carcinoma de cérvix uterino, câncer de mama, melanoma maligno, carcinoma de pulmão de células em grão de aveia e tumores ginecológicos de infância. Pacientes com púrpura trombocitopênica idiopática verdadeira, resistentes ao tratamento convencional, podem ser beneficiados com o uso de vincristina. Vincristina também poderá ser utilizada nos esquemas de múltiplas drogas para o tratamento de algumas neoplasias pediátricas, tais como: neuroblastoma, sarcoma osteogênico, sarcoma de Ewing, rabdomiossarcoma, tumor de Wilms, doença de Hodgkin, linfomas não Hodgkin, carcinoma embrionário de ovário e rabdomiossarcoma de útero.